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Os meios de comunicação ocidentais, em mãos privadas, costumam silenciar sobre muitos temas e muitas notícias quando estas não os convêm.

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Seleção de algumas músicas que você deve ouvir.

Cuba na Unesco

“O mundo vive indignado. Os povos se rebelam contra as injustiças e as promessas vazias. Se indignam pelas frustrações acumuladas e pela ausência de esperanças. Se rebelam contra um sistema devastador que já não pode seguir enganando com um falso rosto humano."

Populismo x Chavismo: Diferenças históricas

Desde a ascenção de Chávez na Venezuela a mídia de todo o mundo tem feito uma campanha para desmoralizar o processo revolucionário e um dos meios utilizados é a ridícula comparação com o populismo.

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A Morte de Kim Jong-Il e os Ataques da Mídia Contra a Coréia Socialista


Kim Jong-Il acompanha desfile militar na Coréia Socialista
Com a morte de Kim Jong Il, dirigente máximo da Coréia livre (localizada ao Norte), a mídia aproveitou para vomitar suas velhas mentiras contra a nação socialista, entre elas a suposta "ameaça nuclear comunista" de Pyongyang, omitindo que por trás do programa nuclear coreano está um dos baluartes para a paz mundial (por mais contraditório que isso possa parecer).

Luta por soberania como parte essencial da história coreana

Historicamente a Coréia é uma nação cuja independência está sob ameaça. Habitada há cerca de 8000 anos, a península foi alvo de várias incursões estrangeiras, tanto antes, quanto depois da unificação definitiva dos diversos reinos locais (por volta do século IX). Durante a Idade Contemporânea essas incursões não pararam e no início do século XX o Japão conquistou a Coréia, levando está nação à décadas de humilhações e saques, que continuaram mesmo após a derrota japonesa na década de 1940, através da intervenção político-militar ianque (que se mantêm no sul da península até os dias de hoje). Felizmente, após anos de guerra, foi possível montar um Estado soberano no norte. Sob o socialismo o povo deste país tem realizado um esforço tremendo para garantir sua independência que é ameaçada cotidianamente pelos EUA e seus lacaios na região.
Um dos aspectos mais importantes para a garantia da soberania de qualquer nação é o aspecto militar e no caso coreano essa questão é ainda mais perceptível, levando o povo desse país a fundamentar teoricamente a relação entre poderio militar e a construção do próprio socialismo, através da chamada "Política Songun" (1).

Questão nuclear e hipocrisia midiática

A mídia que ataca a Coréia socialista por causa de seu programa nuclear é a mesma mídia que omite o fato de diversas nações alinhadas aos EUA serem detentoras de um arsenal nuclear capaz de destruir o planeta dezenas de vezes, utilizando todo esse poderio bélico para amedrontar outros povos. Entre os possuidores de tais armas temos França, Inglaterra e os próprios EUA, além de possivelmente Israel.
A primeira vez que uma bomba atômica esteve na península coreana foi através do governo dos EUA (o único país na história a utilizar a bomba atômica contra pessoas, no final da II Guerra Mundial), que na década de 50 instalaram mísseis atômicos nos territórios do sul, apontados para a Coréia livre, numa clara tentativa de intimidação. Diante de tal fato, o governo norte-coreano (com a ajuda da URSS) iniciou suas pesquisas nucleares, levando a construção de reatores atômicos.
Mesmo sendo signatária do TNP (Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares), a Coréia manteve o seu direito à tecnologia nuclear pacífica intacto. O imperialismo chantageou durante anos a nação chefiada por Kim Jong Il, tendo o objetivo de desarmar completamente este povo, que sabiamente não deixou se levar pelo canto da sereia, culminando com a retirada do país (por vontade própria) deste acordo. É importante lembrar do caráter injusto do O TNP, pois o mesmo legitima os armamentos já existentes, legalizando o monopólio nuclear bélico por um pequeno grupo de países, tornando os demais reféns em potencial.
Na última década o programa nuclear coreano ganhou caráter militar e público, levando o país a um teste bem sucedido da arma atômica, incomodando ainda mais as nações imperialistas, especialmente os EUA.

O equilíbrio como baluarte da paz

A ameaça de uma nova guerra contra a Coréia socialista é constante. Desde o início desta década os EUA classificam o país como parte do chamado "Eixo do mal". Basta ver o destino de outras duas nações incluídas nessa lista (Iraque e Líbia) para perceber o grau de tensão sob o qual são obrigados a viver os coreanos.
O desenvolvimento nuclear bélico é fruto direto da falta de alternativas da Coréia livre. Só uma arma de tamanha potência pode impedir que os EUA invadam a península e, além disso, que utilizem a própria bomba atômica em qualquer região do mundo (incluíndo a Coréia junto a China, como responsáveis pelo equilíbrio militar mundial).
Não é a primeira vez na história que a humanidade se vê ameaçada pelo perigo nuclear. Durante a Guerra Fria chegamos muito próximos da autodestruição e um dos fatores que impediram tal fato foi o desenvolvimento de armas nucleares por parte da URSS, estabelecendo um equilíbrio parcial entre as potências mundiais. A posição de Stálin sobre a bomba atômica deixa bem clara a questão.
 “Os políticos dos Estados Unidos não podem deixar de saber que a União Soviética se coloca não somente contra o emprego da arma atômica, como também pela sua proibição e pela cessação de sua fabricação. (...) Os políticos dos EUA estão descontentes pelo fato de que o segredo da arma atômica seja possuído não só pelos Estados Unidos, como também por outros países e, antes de mais nada, pela União Soviética. Eles gostariam que os Estados Unidos fossem os monopolistas da fabricação da bomba atômica para que os Estados Unidos tivessem a ilimitada possibilidade de amedrontar os outros países. (...) Os interesses da manutenção da paz exigem antes de mais nada a liquidação de semelhantes monopólios e, depois, a proibição incondicional da arma atômica. Penso que os partidários da bomba atômica só aceitarão a proibição da arma atômica se virem que já não são mais os monopolistas de tal arma.”

Aspectos da democracia socialista na Coréia Popular

A lei coreana não prevê nenhum tipo de hereditariedade no poder estatal do país. Kim Jong-Un, assume o posto máximo da nação coreana do mesmo jeito que seu pai (Kim Jong-Il) assumiu depois da morte de Kim Il Sung (pai de Kim Jong-Il), por meio de manobras políticas perfeitamente aceitáveis no jogo democrático.
Além disso, todos os representantes do poder na Coréia socialista são eleitos de forma direta ou indireta. Basicamente o povo elege os parlamentares, membros da Assembléia Popular Suprema, e essa Assembléia elege e supervisiona os principais cargos políticos da nação, entre eles o chefe do Comitê de Defesa Nacional (cargo antes ocupado por Kim Jong-Il), que junto do premier e do próprio presidente da APS, constituem o triunvirato do poder na Coréia socialista.
Dentro até mesmo dos moldes liberais, não há nada que indique qualquer tipo de ausência de liberdade popular por causa da forma de escolha dos dirigentes do país. Boa parte das nações européias, apontadas pela mídia como exemplos de democracia, escolhem seus dirigentes máximos de forma indireta, através de eleições dos orgãos legislativos. Kim Jong-Il e agora Kim Jong-Un, são apenas integrantes (escolhidos pelo povo) da imensa estrutura de poder e ganham toda essa importância por causa da política Songun e do constante estado de guerra imposto pelos países imperialistas à nação socialista. A grande diferença entre as monarquias parlamentares ocidentais (nessas sim, a hereditariedade tem força de acordo com a lei) e o Estado socialista coreano é que no último a democracia é verdadeira, vai além das formalidade e é garantida através das bases populares de trabalhadores e camponeses, alicerces do poder popular.

Os comunistas são os mais interessados em estabelecer um mundo pacífico, mas não renunciaremos à liberdade para que se estabeleça uma falsa paz, baseada na opressão.

Por um mundo comunista, unico capaz de assegurar a paz e a justiça!

Camarada Kim Jong-Il, presente!

Diego Grossi, Historiador, professor e militante marxista-leninista.
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Leia mais sobre a Coreia Socialista aqui

Coréias

Coréias


A Península de Han, ao noroeste da Ásia, esta conformada por um país que se divide politicamente em dois: a República da Coréia (ao sul) e a Republica Popular Democrática da Coréia (ao norte). Ambas fazem fronteira com a Rússia e a China; ao norte, com o mar amarelo ao oeste e o mar do Japão ao leste; ao sudeste e ao sul, limita com o estreito da Coréia que separa a península do Japão.
Os primeiros povoamentos surgiram entre 15 e 12 mil anos atrás;
Esta constituída em um 70% por montanhas, sobretudo nas regiões norte e nordeste.
Os terrenos para a agricultura são escassos e de baixa qualidade, tendo como principais cultivos: arroz, cevada, algodão e chás.
O Clima na Coréia do Norte varia enormemente de acordo à época do ano.
O inverno costuma ser rigoroso. Já na Coréia do Sul, as correntes de calor procedentes do Japão tornam o clima mais suave e ameno, existindo uma diferença media anual de uns 15ºC entre os dois países, uma das maiores diferenças climáticas conhecidas entre países contíguos.
A Coréia do Sul tem uma população de quase 50 milhões de habitantes, enquanto a Coréia do Norte conta com aproximadamente a metade desse número.

Dinastias

Várias dinastias dominaram a Coréia ao longo de sua história. A primeira delas foi fundada por Dagun (considerado o pai da civilização coreana) em 2333 antes da nossa era, conhecida como Gojoseon.
A mais poderosa das dinastias foi a de Joseon fundada por Yi Seong-gye que se manteve de 1392 até 1910.

Invasão Japonesa, guerras Chinês-Japonês e Russo-Japonesa 

Durante os últimos anos do século XVI, a Coréia foi invadida pelo Japão, que arrasou a península, inúmeros tesouros culturais e artefatos foram roubados e destruídos pelos japoneses em seu caminho rumo à invasão da China.
Além disso, muitos artesãos foram seqüestrados e levados ao Japão, onde seriam obrigados a trabalhar e a desenvolver a indústria de cerâmica japonesa.
Com a resistência coreana e a morte de seu líder Toyotomi Hideyoshi, os japoneses se retiraram e a guerra cessou em 1598, deixando enormes perdas humanas e materiais aos coreanos.
A partir de 1868, com a chamada Revolução Meiji começou o desenvolvimento do capitalismo japonês, adotando a política industrial do ocidente e sua inevitável busca de expansão neocolonial, com o objetivo de tornar-se a maior potência do oriente.

Com essa política expansionista tentou abocanhar a Coréia, o que causou tensões com a China pela disputa da península dando inicio em1894 ao conflito conhecido como Guerra Chinês-Japonesa na qual as modernas forças nipônicas derrotaram rapidamente aos chineses tomando o controle da Coréia.
Logo de uma rebelião na China em 1900 Rússia assumiu o controle da Manchúria e a partir dali começou a ingressar ao norte da Coréia. Em 1904, Japão rompeu as relações diplomáticas com Rússia e deu inicio a Guerra Russo-Japonesa que culminou com uma nova vitoria nipônica.
Assinou-se o tratado de paz e a Rússia reconheceu a hegemonia japonesa na península coreana. Japão assumia o controle das relações exteriores da Coréia, bem como suas forças armadas, corpos de segurança, moeda,bancos, comunicações e qualquer outra função de importância. Cinco anos depois, em 1910, Japão anexou formalmente a Coréia.
O período de domínio japonês esteve marcado por uma terrível repressão, medidas absurdas- como a proibição da adoção de sobrenome e do idioma coreano- mudanças na estrutura administrativa e de produção e imposição de costumes. Milhões de coreanos sofriam escassez de alimentos, enquanto toneladas e mais toneladas de arroz eram enviadas ao Japão, e as terras férteis da península eram presenteadas ou vendidas a baixíssimos preços aos produtores japoneses.No dia 1º de março de 1919, ocorreu uma das maiores manifestações nacionalistas da historia coreana. Milhares saíram às ruas para exigir pacificamente a retirada dos japoneses e foram reprimidos. Mais de vinte mil morreram e cinqüenta mil ficaram feridos. Esse episódio fortaleceu o sentimento patriótico dos coreanos, que organizaram uma resistência armada na Manchúria.

Movimentos de libertação, a Segunda Guerra e a derrota japonesa

Na década de 20 e nos anos anteriores à II GM, as lutas pela liberação da pátria coreana, as mobilizações, as greves e as manifestações estudantis (tanto no norte como no sul) se intensificaram. Grupos guerrilheiros, assentados ao norte da península, combatiam com força crescente e se opunham à humilhante posição de colônia japonesa que ostentavam. É importante ter em conta que, para essa época, não existiam duas coréias, era um só país que sofria as mesmas agressões e compartia os mesmos sentimentos de esperança e resistência.
Ao começar a segunda guerra mundial, os coreanos lutaram lado a lado com as tropas chinesas contra os colonialistas japoneses.
Ao finalizar a guerra, a URSS havia entrado com suas tropas na Coréia e podia ter ocupado toda a península, porém, deteve suas forças na linha do paralelo 38 - ponto acordado com Washington para que o exército japonês do sul da península se rendesse frente ao alto mando estadunidense.
Posteriormente a URSS se retirou como havia sido combinado entre as potências, passando o controle do norte da península a Kim Il Sung, dirigente comunista e líder da guerrilha que havia combatido os colonialistas japoneses. Kim Il Sung era um jovem de 18 anos quando ingressou na luta guerrilheira, com 33 anos já era o chefe político e militar dos combatentes; seu desejo era liberar o país do jugo japonês.
No sul, de onde as tropas estadunidenses não se retiraram (até hoje), existia um forte movimento esquerdista bem organizado e alguns grupos de direita na oposição.
Realizaram-se diversas conferencias estadunidense-soviética para a reunificação das coréias, que era esperada por todos os coreanos e a URSS já se havia proclamado a favor da unificação.
O EUA, entretanto eliminou as forças de esquerdas do sul da península e convocou eleições em 1948, da qual saiu vitorioso Syngamn Rhee, fantoche do governo estadunidense, que havia vivido nos EUA e estudado em suas universidades; forçou e dirigiu a criação da Republica da Coréia em agosto desse mesmo ano.
Um mês depois, em setembro de 1948, os combatentes do norte responderam com a fundação da República Democrática Popular da Coréia.
O governo de Syngamn Rhee se caracterizou pela corrupção, forte autoritarismo e repressão, sendo obrigado a renunciar em 1960 pela pressão popular e exilar-se no Havaí onde viveu até os últimos dias da sua vida.

A Guerra das Coréias e o delírio atômico de Mac Arthur

O desejo de reunificação dos coreanos e os fortes protestos contra Syngamn Rhee na Coréia do Sul levaram as tropas norte-coreanas a, no dia 25 de junho de 1950, ultrapassar a linha do paralelo 38 para expulsar as tropas estadunidenses da Coréia do Sul, chegando até Seul onde foram apoiados pela população.
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu em ausência do delegado soviético (que naquela ocasião havia se retirado em protesta a que o EUA não aceitasse a China, que acabava de fazer uma revolução socialista, como membro do referido Conselho) e, com essa manobra, o EUA orquestrou a guerra contra Coréia sob o manto das Nações Unidas. Com sua ausência, a URSS ausente naquela reunião não pôde utilizar seu direito ao veto e pediu que a mesma fosse considerada nula, pois não haviam estado presentes todos os membros do Conselho de Segurança mas o EUA argumentou que já se havia tomado a decisão por parte dos presentes violando a própria carta da ONU.
Dois dias depois, o governo dos Estados Unidos consegue, através de pressões, que quase duas dezenas de países (
Austrália, Bélgica, Luxemburgo, Canadá, Colômbia, Etiópia, França, Grã Bretanha, Grécia, Países Baixos, Nova Zelândia, Filipinas, África do Sul, Tailândia e Turquia, com unidades médicas de Dinamarca, Índia e Suécia,) entrassem na guerra apoiando suas forças e enviassem tropas sob o comando do general Mac Arthur.
A propaganda norte americana reza que essa foi uma invasão “defensiva” para restabelecer a fronteira do paralelo 38, quando na verdade foi uma guerra de dominação pois perseguiu aos coreanos até a fronteira com a China buscando eliminar o governo do norte. Porém, a China, que via com extrema preocupação o avanço das tropas norte-americanas sobre suas fronteiras, advertiu em reiteradas ocasiões que, caso os EUA seguisse avançando entraria na guerra e, assim ocorreu.
No dia 26 de novembro uma potente ofensiva chinesa de mais de 400 mil voluntários fez com que as forças norte americanas batessem em retirada, sendo Pyongyang reconquistada pelos coreanos.
O Paralelo 38 foi novamente restabelecido como linha fronteiriça entre as duas coréias.
Durante essa guerra - que causou quatro milhões de baixas (entre mortos e feridos), um dano econômico incalculável - o general norte americano Mac Arthur chegou a pedir que se utilizasse a bomba atômica contra a China e a Coréia.
Em 1951 o delegado soviético na ONU propôs formalmente que as forças beligerantes começassem um acordo de paz. Essas conversações iniciaram em julho de 1951, e em 1953 os países firmaram um armistício, um alto ao fogo, porém a declaração de paz reclamada em reiteradas ocasiões pela Coréia do Norte e negada pelos Estados Unidos nunca foi assinada. Tecnicamente ambos os países ainda estão em guerra e uma prova disso são os 40 mil soldados na Coréia do Sul e 100 mil em toda a zona;
 
Distorções made in USA 

Depois da guerra, a maquinaria de propaganda estadunidense começou a laborar a construção de conceitos e realidades. A Coréia do Norte passou a ser apresentada como uma ditadura, enquanto a Coréia do Sul como um país democrático.
Uma breve olhada nos acontecimentos nos aclaram a situação: o primeiro presidente sul-coreano
Syngman Rhee foi acusado de corrupção, repressão e violência e acabou fugindo do país em 1960; outro presidente, Park Chung Hee, que havia participado da segunda guerra ao lado dos japoneses, chegou ao poder depois de um golpe de estado em 1961, para fazer frente à crescente pressão estudantil que pedia o diálogo e a reunificação com a Coréia do Norte. Liderou um dos governos mais ditatoriais da história sul-coreana, e depois de 18 anos governando com mão de ferro foi assassinado pelo seu próprio chefe de segurança em outubro de 1979.
O Seguinte presidente foi Chun Doo-Hwan quem instaurou a lei marcial em 1980 e iniciou uma cruel repressão que causou milhares de vítimas. Durante seu governo as greves e manifestações eram quase diárias assim como prisões e fraudes eleitorais.
Em outubro de 2008, a agencia de noticias Reuters informou ao mundo que o ministro de defesa sul coreano proibiu seus militares a leitura de “livros esquerdistas”, e que os soldados já não podiam ler nem carregar consigo uma longa lista, dentro da qual se encontram obras do professor da Universidade de Cambridge Chang Ha Joon e do norte americano Noam Chomsky.


Desenvolvimento desigual

A península coreana acabou sendo dividida em duas nações, cada uma com um desenvolvimento econômico, político e social distintos.
O norte do país, como vimos, era habitado por menos da metade da população com que contava o sul, com terras montanhosas e de péssima fertilidade. A guerra também havia deixado suas marcas. Pyongyang, a capital norte-coreana estava completamente destruída, com um número quase incalculável de mortos e feridos, bloqueada e sem alternativas; os países do campo socialista ainda se recuperavam dos danos causados pela 2ª guerra mundial e a China estava se reconstruindo, pois acabava de fazer sua revolução.
Já na parte sul da península desenvolvimento foi diferente.
Contava com a região mais fértil, maior população e havia sofrido menos destruição durante a guerra.
Também a presença das tropas norte-americanas requeria o abastecimento de produtos, alimentos e serviços. Empresas japonesas e norte-americanas se instalaram por toda sul-Coréia, podendo vender ao mundo seus produtos, pois não sofriam o selvagem bloqueio imposto ao norte.
Grandes corporações controladas por grupos familiares surgiram na Coréia do Sul e se consolidaram com as políticas repressivas das ditaduras que se impuseram.
 A Samsung, por exemplo, famosa marca sul-coreana que é vendida por todos os cantos do mundo atualmente, que detém desde fábricas até times de futebol profissionais, foi beneficiada quando o ditador Park Chung Hee proibiu a venda de produtos eletrônicos estrangeiros, protegendo assim as empresas da competição e do livre mercado tão apontados como “responsáveis” do desenvolvimento da Coréia do Sul.
Com o dinheiro acumulado e os empréstimos de outros países Samsung na década de 70, começou a incursionar nos meios de comunicações, lançando uma emissora de rádio e de televisão, o que contribuiu para o surgimento de uma imprensa dominada oligopólios conservadores reprodutores de notícias oficiosas.
Em maio do ano passado, mais de 50 mil sul-coreanos se manifestaram pacificamente pedindo democracia sendo ignorados pelas principais agências informativas da Coréia do Sul, que noticiaram a magna manifestação como um “distúrbio causado por poucas pessoas” e tampouco reportaram a violência com que os manifestantes (sobretudo estudantes) foram reprimidos.

Fim da URSS e a crise alimentar

Ainda assim, o padrão de vida dos norte-coreanos era maior que o dos sul-coreanos até a década de 80, mas esse quadro se inverteu quando a URSS desapareceu e com ela todo o tecido econômico desenvolvido pela Coréia do Norte. Durante os anos em que viu seus sócios comerciais desaparecerem, os norte-coreanos também sofreram com grandes catástrofes naturais. Terríveis inundações em 1995 e 1996 destruíram grande parte de sua infra-estrutura agrícola, e em 1997, atravessaram uma difícil época de secas. Isso levou o país a uma grave crise alimentícia e o obrigou a pedir assistência internacional. Essa situação ainda não esta resolvida.

As tensões geradas pelos EUA

Durante a administração de Bill Clinton as tensões entre os dois países chegaram ao auge, quando o governo estadunidense esteve a ponto de lançar um ataque nuclear controlado contra a Coréia do Norte, devido ao desenvolvimento de um programa nuclear para a obtenção de energia iniciado por esse país. Mas uma comissão presidida por Jimmy Carter acalmou os ânimos. Em 1994, a representante dos EUA na ONU, Madeleine Albright, chega a um concerto com a Coréia.
Era a firma de um acordo baseado na suspensão do programa nuclear de Pyongyang em troca de meio milhão de toneladas de petróleo por ano, assim como ajuda na construção de dois reatores nucleares de água ligeira para substituir os de fabricação soviética. O EUA se comprometia segundo o acordo a não atacar nem utilizar armas nucleares contra Coréia.
Mas esse acordo firmado em Genebra não foi cumprido pelo EUA, este não subministrou o petróleo, congelou as relações com a Coréia e desdisse as afirmações de que não atacaria esse país.
Anos depois, altos dirigentes do Pentágono reconheceram que esperavam com essas medidas o desmoronamento do governo norte-coreano.
Os norte-coreanos voltaram a impulsar seu programa nuclear que era até então para uso civil.

A Doutrina Bush

A chegada de Bush à casa branca e o lançamento da doutrina de que os EUA se reservam o direito de atacar de forma preventiva e com qualquer tipo de armas a qualquer “escuro rincão do planeta terra”, colocou a mais de 60 países - entre eles a Coréia do Norte – em estado de alerta.
Frente a essa nova agressividade imperial Pyongyang se retira do Tratado de Não Proliferação Nuclear, e apesar de controvertida a medida estava dentro da lógica defensiva do país (tecnicamente ainda em guerra) que havia sido ameaçado de ser atacado com qualquer tipo de arma sem aviso prévio. Era janeiro de 2003 e o EUA já havia invadido Afeganistão e se preparava para fazer o mesmo com o Iraque.
Justamente no dia em que as tropas norte-americanas entravam em Bagdá, John Bolton, secretário de estado norte americano afirmava aos meios internacionais de comunicação que “o fim da Coréia do Norte é nossa política”.  
O Tratado de Não Proliferação Nuclear havia sido firmado em 1968, reconhecia como potências nucleares aos países que já haviam realizado testes nucleares, URSS, EUA, China, Grã Bretanha e França, estabelecia que o resto do mundo renunciasse possuir no futuro armas nucleares e que essas cinco potências nucleares se comprometiam a diminuir paulatinamente seus arsenais, o que de fato nunca ocorreu como o acordado.
Em 1972 outro tratado havia sido firmado, dessa vez para limitar os mísseis anti-balísticos (Tratado ABM), mas os delírios beligerantes levaram a que o governo de George W. Bush se retirasse desse compromisso, como havia feito com o Tratado de Não Proliferação Nuclear.
Em dezembro de 1996, a Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou o Tratado Global da Proibição de Provas Nucleares, ratificado por apenas duas das potências nucleares: Grã Bretanha e França.
Porém EUA rechaçou os acordos no dia 14 de outubro de 1999 e não ratificou o tratado.
A propaganda dos EUA novamente funcionava à perfeição ao apontar a um pequeno país como violador de tratados quando ele já havia violado os que haviam firmado sobre esse tema e ao apresentado pela ONU nem sequer chegou a ratificar.
Outros tratados violados pelos EUA foram os acordos START-2 que forçavam a re4irada das ogivas nucleares presentes em submarinos norte-americano em águas sul-coreanas, porém dois anos depois, o EUA voltaram a introduzir armamento atômico nesses submarinos.   
Nos primeiros dias de fevereiro de 2003 Washington moveu cerca de 24 bombardeiros perto da Coréia do Norte, e Nicholas Kristof, prêmio Pulitzer, com fontes do departamento de defesa norte americano divulgou no The New York Times que o pentágono planejava atacar os reatores norte-coreanos projetando inclusive o uso de armas nucleares.
No começo de março, um avião de espionagem norte americano foi interceptado sobrevoando os céus norte-coreanos. O clima só se amenizou quando o governo chinês conseguiu o reinicio das conversas entre o EUA e a Coréia do Norte, que insistia novamente em assinar um pacto de não agressão com o governo norte americano, mas Bush recusou.
Em fevereiro de 2003,
Roh Moo-hyun, candidato visto com maus olhos pelo EUA por ser partidário de normalizar as relações entre as duas coréias, foi eleito presidente da Coréia do Sul.
Nessa época, a CIA afirmava que Coréia do Norte possuía mísseis capazes de levar carga nucleares até os EUA, e Bush assegurava que com a Coréia “deixa aberta todas as opções”.

Rússia e China fazem uma declaração conjunta na qual pedem a Washington que volte à mesa de conversações e que busque uma solução diplomática para os conflitos.
Delegações da Coréia do Norte e dos EUA vão a Pequim negociar em uma mesa multilateral envolvendo as duas coréias, China, Rússia, EUA e Japão.

As campanhas de confusão e os ataques mediáticos à Coréia do Norte seguiram. O EUA dizia, entre tantas calúnias, que a Coréia pretendia vender armas nucleares a Al Qaeda.
Colin Powell se declara a favor de “estrangular economicamente a Coréia” o que entra em contradição com sua suposta preocupação com a fome norte-coreana.
Nessa mesma época, Bush afirma que Coréia do Norte forma parte do Eixo do Mal junto com o Irã e Iraque.
Com a reeleição de Bush, Condoleezza Rice substitui a Colin Powell e, em clara alusão a Coréia do Norte, ameaça (inspirada na doutrina Bush) que “É necessário acabar com as tiranias”.
Devido às hostilidades norte-americanas, Coréia do Norte anuncia que não continuará negociando.
Em fevereiro de 2005, Coréia do Norte afirma haver fabricado armas nucleares para a sua defesa, e o próprio presidente sul coreano disse que tinham “algo de razão”, ao afirmarem que necessitavam as armas nucleares para defender-se.
Durante todas as rodadas de negociação e em todas as declarações das partes envolvidas, o único país que ameaçava utilizar armas atômicas para atacar e que se reservava o direito de destruir a outro país era os EUA.
Os demais países apostavam na via diplomática para resolver o problema e sustentavam a idéia de que o EUA devia assinar um tratado de não agressão; o qual novamente foi rechaçado pelo governo Bush.

Os interesses norte americanos por uma guerra com a Coréia do Norte

A guerra é uma condição sine qua non do capitalismo, e o EUA como cabeça do sistema capitalista mundial é a ponta da lança para os ataques, invasões, golpes de estado e atentados contra governos e líderes por todo o mundo.
A lista de intervenções e guerras é quase interminável.
Diversos são os interesses em uma guerra com a Coréia, as analises de todas ultrapassaria o objetivo dessas linhas, porém algumas se destacam: o controle do território norte coreano, daria então fronteiras com Rússia e China assim Washington poderia manter um controle muito mais próximo e imediato;
Controle econômico, posto que nos últimos anos se encontraram grandes bolsas de petróleo no subsolo de várias zonas do país; silenciaria as vozes na Coréia do Sul que pedem o retiro das tropas norte americanas, forçando governos da zona a manterem seus acordos com os EUA (lembre-se que em 2003 havia começado negociações a fim de diminuir as tropas norte americanas de 37 mil para 25 mil); evita a normalização política e o desgelo da península (que sempre foi o desejo dos coreanos tanto do norte como do sul); e impede que petróleo russo chegue a Japão e a Coréia do Sul através do território norte coreano.


O caminho racional: destruir todas as armas nucleares 

No dia 16 de Julho de 1945 a primeira bomba atômica do mundo foi testada, pelo governo dos EUA em Almagordo, Novo México.
Havia sido um êxito. A onda de choque e calor da bomba de fogo destruía tudo ao redor, o cogumelo radiativo podia estender a destruição a mais algumas dezenas de quilômetros e por fim os efeitos atmosféricos se encarregariam de espalhar os resíduos radioativos também conhecidos como átomos da morte.
O governo norte americano como forma de alertar aos soviéticos e ao mundo de que já tinham tecnologia superior a deles utilizou a bomba contra Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945. Essa abominável ação tirou a vida de mais de 100 civis japoneses em frações de segundos.
Três dias depois, a covardia norte americana voltou a repetir-se agora na cidade de Nagasaki, que receberia o impacto da devastadora bomba atômica, a cifra de mortos chegou à casa dos 200 mil a causa desses dois ataques, sem contar nos milhares de mortes posteriores e nos relatos de que até hoje - mais de meio século depois - a população ainda sofre com os efeitos radioativos.
Os Japoneses que já estavam a ponto de renderem-se foram utilizados como cobaias de um horrível experimento. As cidades de Hiroshima e Nagasaki não foram escolhidas ao azar, eram as cidades mais desenvolvidas do Japão e a destruição delas responderia também ao fator econômico, pois causaria décadas de retrocesso ao país oriental e aumentaria a sua dependência aos EUA.
Mais recentemente, os meios de comunicações imperiais não fizeram eco das acusações apresentadas por Jim Brown, veterano do exercito norte americano que denunciou o uso por parte dos estadunidenses de uma bomba atômica de 5 quilotons de potências durante a primeira guerra do golfo em 1991(a Hiroshima era de 16 e a de Nagasaki de 22).
Essa seria a terceira ocasião em que se utiliza armamento atômico em uma guerra.
Porém o EUA tem estado ameaçando utilizar armas atômicas há muito tempo e contra diversos países, em 1993, Clinton ameaçou lançar um “ataque nuclear controlado” sobre a Coréia do Norte. Bush por sua vez advertiu que estava disposto a utilizar armas atômicas na sua invasão ao Iraque em 2003; relembremos: o próprio Mac Arthur havia pedido a utilização de armamento nuclear contra a China e a Coréia do Norte.
Mas é com Bush que a irracionalidade chega ao limite. esse governo decide incorporar a sua política bélica a possibilidade de “pequenos ataques atômicos” sem previa declaração de guerra. Deixando aberto, como já vimos, “qualquer possibilidade contra qualquer país”. 
A doutrina nuclear norte americana apresentada em Nuclear Posture Review de 1994, admitiu que não há perigo algum de que o EUA seja atacado por qualquer das potências atômicas. Pese a isso são os maiores fabricantes da bomba, mantêm um arsenal capaz de destruir todo o planeta terra dezenas de vezes como se uma única vez já não fosse o suficiente.
Não pensam em diminuir suas reservas atômicas, quase nunca ratificam tratados e aos que ratificaram simplesmente abandonam conforme a conjuntura e seus interesses.
Em junho de 2004, Edward Kennedy, irmão do ex-presidente John Kennedy apresentou uma proposta ao congresso dos EUA para limitar a fabricação de bombas nucleares táticas, mas o senado estadunidense rechaçou sua proposta.  
O EUA, uma superpotência que não corre risco algum de ser atacada, segundo seus próprios militares, foi o único país do mundo que utilizou armas atômicas ao longo da história, e ainda por cima contra civis. É o país que converteu a Israel, seu maior aliado no oriente médio, em um estado nuclear e se recusa a ratificar os tratados de não proliferação de armas atômicas. Ambas são as única potências nucleares que ameaçam diretamente outros países com a possibilidade de ataques atômicos. O EUA possui, além do mais, tropas, frotas e bases militares ao redor do mundo todo, e controla a imensa maioria dos satélites com os quais espiona e pode lançar ataques milimétricos; é o país que mais detém armamento nuclear e o que mais fabrica novos armamentos. É também a potência que se da o direito de bloquear a outras nações privando-as de acesso a recursos básicos para sua sobrevivência.


Essa mesma potência é a que deseja impedir que países como Irã desenvolvam um projeto para obtenção de energia atômica, sem fins militares. É a potencia que só nos últimos 8 anos invadiu a dois países e se prepara para atacar a outros.
País que apesar dos câmbios de chefes de estado não altera em nada suas políticas bélicas.
Acaso é esse país a policia do mundo? Alguém o elegeu para isso?
Certamente é o país com menor autoridade moral para essa tarefa.
Quando as informações provenientes de seus meios de comunicação dizem: “o mundo esta em alerta contra a Coréia” querem na realidade dizer: “A Casa Branca esta em alerta contra a Coréia”.
Uma breve olhada nos fatos é suficiente para ver surgir uma verdade oculta pela propaganda imperial. Não é a Coréia do Norte que possui submarinos dotados de armamento nuclear em águas próximas do EUA, nem foram os norte-coreanos que atacaram ou dividiram em dois aos Estados Unidos.
É o EUA que se nega a assinar um tratado de não agressão.
Os secretários norte-coreanos não enviam recados ameaçadores através da imprensa como o fizeram John Bolton (“o fim da Coréia do Norte é nossa política”) Condoleezza Rice (“destruiremos as tiranias”) ou Colin Powell (“me inclino pela estrangulação econômica da Coréia); Kim Jong-Il nunca teorizou sobre os “ataques preventivos” como Bush.
O fim das armas nucleares é essencial para a paz no mundo. As saídas diplomáticas, o respeito mútuo, as mesas de discussões são sempre mais frutíferos que o campo de batalha.
A força bruta não pode reger as políticas desse novo século, nem devem existir espaços para o domínio de uma potência sobre as demais nações do planeta terra. Do governo dos EUA deve partir a eliminação de suas armas, pois é o país que mais as possui,deles também deve partir o ânimo para dialogar, pois são os que sempre se negaram em dialogar.
Do governo dos EUA deve cessar os ataques e ameaças contra todos os países do mundo, por menores que sejam, pois são os que mais tem atacado e ameaçado,não somente senão países espalhados por todas as regiões do globo.
Do governo dos EUA deve partir o exemplo de mudança pois são os que mais necessitam mudar, como é o desejo do povo estadunidense , quando votaram pelo lema prometido por Obama: “Change”.
Enquanto a mentira, a força bruta e a dupla moral reinarem será hipocrisia pedir o desarme nuclear de Coréia do Norte.

Espionagem, ameaças e...

Enquanto isso, os fatos continuam acelerando-se. Assim que a Coréia realizou seus mais recentes ensaios nucleares, o secretario de defesa norte americano afirmou que os EUA não deixariam barato.
“A vigilância sobre a Coréia do Norte será aumentada” declarou o porta voz do ministério de defesa sul-coreano. O EUA declarou através de sua secretaria de estado Hillary Clinton que “defenderão a Coréia do Sul”;
Os meios de comunicação distorceram as declarações da Coréia do Norte e noticiam que esse país “ameaçou atacar a Coréia do Sul”, quando o que o ministério norte coreano fez foi alertar que utilizará suas armas no caso de que seja atacado primeiro(ver comunicado integro da RPDC).
Rússia e China pedem que se retomem as negociações , as quais vêem como “única maneira de resolver a crise”.
Coréia do Norte denuncia que o governo de Obama continua dirigindo transmissões de radio provocativas ao país em busca de desestabilização.
Forças navais sul-coreanas enviaram um navio com mísseis teleguiados para a fronteira marítima com Coréia do Norte, segundo Seul, os mísseis tem um alcance de até 140 quilômetros de distância.
A Agência de notícias norte-coreana KCNA, divulgou que somente no mês de abril EUA e Coréia do Sul cometeram 170 atos de espionagem e que o número subiu em maio para 200, sendo realizados 110 vôos  norte-americanos sobre o território da Coréia.
O EUA aumentará suas tropas e aviões na fronteira entre as Coréias, e o mundo testemunhará o desfecho.


Marcus Dutra Zuanazzi, brasileiro, médico formado na Escola Latino Americana de Medicina. - 2008

Populismo x Chavismo: Diferenças históricas


Desde a ascenção de Chávez na Venezuela a mídia de todo o mundo tem feito uma campanha para desmoralizar o processo revolucionário e um dos meios utilizados é a ridícula comparação com o populismo. A mídia, como representante fiel da classe dominante, faz de tudo para descredibilizar qualquer processo revolucionário com medo de que estes sirvam de exemplo para os demais povos. A luta contra a "moderna Santa-Aliança" liderada pelo imperialismo ianque é um dever de todo indivíduo comprometido com o desenvolvimento harmônico, a solidariedade entre os povos e a verdade.

De fato a esquerda institucional radical latino-americana da virada desse século compartilha características em comum com o populismo do século passado, mas o centro de uma análise coerente não pode ser apenas a forma em detrimento do conteúdo e é nisso que pecam tanto os cães de guarda da grande mídia quanto os ortodoxos autodenominados de esquerda.

O conteúdo de classe do populismo era essencialmente burguês, surgiu para defender a industrialização nacional e lutar contra as elites agrárias e os setores burgueses ligados ao imperialismo. Estabeleceram uma aliança com a classe operária como forma de obter apoio para seu projeto anti-imperialista e ao mesmo tempo garantir a hegemonia burguesa, impedindo a revolução comunista. Era um período de ofensiva histórica das forças revolucionárias socialistas e de grande prestígio da Revolução Russa. O populismo era declaradamente anti-comunista, chegando em certos momentos a perseguir tanto os revolucionários quanto qualquer ditadura pró-imperialismo.

As esquerdas eleitorais surgidas na década de 90 e que estão ganhando força nesse início de século XXI já surgem em um momento histórico totalmente diferente. No mundo, o imperialismo avança com grande força e os revolucionários tradicionais encontram-se em defensiva estratégica, acuados principalmente por causa da queda da URSS (na qual foi muito comemorada por alguns pseudo-marxistas que hoje batem em Chávez) e da crise do marxismo. Em seus respectivos países (Venezuela, Bolívia, etc.) a ala nacionalista da burguesia encontra-se totalmente debilitada, foi derrotada através de golpes militares e mantida fora do poder durante as décadas de avanço neoliberal. Na Venezuela, Chávez é representante de amplos setores da sociedade, principalmente camponeses, trabalhadores urbanos e pequenos proprietários. Chávez é declaradamente socialista, possui um projeto claro de construção do poder popular e de socialização da propriedade privada, que ainda está em curso, podendo ou não se concretizar. A participação do Partido Comunista no governo de Chávez é outro fator que não pode ser esquecido.

O populismo serviu para impedir a revolução comunista num momento de ofensiva histórica do marxismo-leninismo. O chavizmo é o oposto, é uma resposta de amplos setores da sociedade às mazelas do capitalismo num momento onde as forças marxistas-leninistas encontram-se em defensiva estratégica. O conteúdo de classe e o momento histórico dos movimentos são totalmente distintos e até opostos. Querer dizer que vinho é igual água por que os dois são liquidos chega a ser infantil e chamar Chávez de populista, neopopulista ou sei lá qual termo inventem, não passa de aplicação mecânica do passado, quase sempre mal intencionada.

A pouca compreensão da importância do socialismo científico como guia para a ação revolucionária e a não condução direta do processo por uma vanguarda leninista pode gerar uma série de contradições no processo revolucionário venezuelano, mas nada melhor do que a prática revolucionária para aperfeiçoar dia após dia a luta do povo latino-americano pela "Pátria Grande" e socialista.

Pátria, socialismo ou morte!

Juramos vencer e venceremos!
 Diego Grossi - Historiador, professor e militante marxista-leninista.

BBC ou Globo: Lá, como cá, o jornalismo é o mesmo

"Não há diferença essencial entre a Rede Globo e a BBC. Os que querem “mídia” podem perder suas últimas ilusões liberalóides conservadoras. Nenhum jornalismo-que-há sempre será melhor que o jornalismo-que-há". Artigo assinado pelo coletivo Vila Vudu, reproduzido a partir do blog Redecastorphoto.

A matéria abaixo esteve no ar. Nunca aconteceria no Brasil, porque a Rede Globo nunca entrevista gente que seja realmente contra a posição da “mídia” e as convicções pessoais dos jornalistas.

Aliás, fazem todos muito bem, porque ouviriam o que não querem ouvir nem querem que ninguém ouça e vivem para impedir que as pessoas digam e, se alguém disser, para impedir que a opinião pública ouça. Mas o horror do jornalismo-que-há, que só existe para impor opiniões feitas, é muito parecido.

Para os que pensem que só a Rede Globo faz o que faz e que algum outro tipo de jornalismo-empresa seja algum dia possível ou pensável, aí vai bom exemplo de que a Rede Globo é, só, a pior do mundo, mas faz um mesmo e idêntico “jornalismo”, feito por jornalistas autistas, fascistas sinceros, absolutamente convictos de que “sabem mais”, só porque são donos da palavra e nunca ouvem o “outro lado”, sobretudo se o outro lado quiser falar DELES e das empresas para as quais trabalham.

O problema do mundo não é a Rede Globo (ou, pelo menos, não é mais a Rede Globo que a BBC). O problema do mundo é que o jornalismo (que é aparelho ideológico criado e mantido para uniformizar as opiniões e constituir mercados homogêneos, seja para o consumo uniforme de sabão em pó e remédio antipeido, seja para o consumo uniforme de ideias sobre ética e democracia e justiça) é o único dono da palavra social. Se se inventar mídia que não seja única dona, feudatária, da palavra social, acaba-se o jornalismo-que-há.

Quem ainda duvidar, veja (abaixo) e leia a seguir (traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu):

Transcrição da entrevista:
Shocking Footage: BBC Presenter Attacks Black Veteran Over London Riots – Aug, 09,2001

BBC (para a câmera): Vamos falar com Marcus Dowe, escritor e jornalista. (A câmera mostra um senhor, visivelmente perturbado.) Marcus Dowe, qual sua opinião sobre tudo isso? Você está chocado com o que viu lá a noite passada em Londres?
Entrevistado: Não, não estou. Vivo em Londres há 50 anos e há “climas” e momentos diferentes. O que sei, ouvindo meu filho e meu neto, é que algo muito, muito sério estava para acontecer nesse país. Nossos líderes políticos não tinham ideia. A Polícia não tinha ideia. [Só faltou completar: “Os jornais e os jornalistas não tinham ideia”.]

Mas se se olhasse para os jovens negros e para os jovens brancos, com atenção, se os ouvíssemos com atenção, eles estavam nos dizendo. E não ouvimos. Mas o que está acontecendo nesse país com eles...

BBC: Posso interrompê-lo, por favor... O senhor está dizendo que não condena o que houve ontem? Que não está chocado com o que houve em nossa comunidade ontem à noite?
Entrevistado: É claro que não condeno! Por que condenaria? A coisa que mais me preocupa é que havia um jovem chamado Mark Dogan, tinha casa, família, irmãos, irmãs. E a poucos metros de sua casa, um policial rebentou sua cabeça com um tiro.

BBC [interrompendo]: Sim, mas não podemos falar sobre isso. Temos de esperar o julgamento, o tribunal não se manifestou sobre isso... Não sabemos o que aconteceu. O senhor estava falando do seu filho, de jovens...

Entrevistado: Meu neto é um anjo. Me enfureço só de pensar que ele vai crescer e um policial pode colá-lo a uma parede e explodir sua cabeça com um tiro. A Polícia detém e pára e revista os jovens negros sem qualquer razão. Alguma coisa vai muito mal nesse país. Perguntei ao meu filho quantas vezes ele foi parado pela polícia. Ele me disse “Papai, não tenho conta de tantas vezes que aconteceu...”

BBC: Mas... Isso seria justificativa para sair e quebrar tudo, como vimos nos últimos dias em Londres?
Entrevistado: Onde estava você em 1981 em Brixton? Não digo que estão acontecendo “tumultos”. O que está acontecendo é insurreição das massas, do povo. Está acontecendo na Síria, em Liverpool, em Port of Spain... Essa é a natureza do momento histórico que vivemos.

BBC: O senhor não é estranho a essas agitações. O senhor já participou de agitações como essa, como sabemos.
Entrevistado: Nunca participei de agitação alguma. Estive em muitas manifestações que acabaram em conflitos. Seria normal que a Polícia da Índia Ocidental me acusasse de ser agitador. Mas absolutamente não admito que você me acuse de agitador. Quis oferecer um contexto para o que está acontecendo. O que é que vocês queriam? Masmorras?

BBC: Infelizmente, o senhor não conseguiria ser objetivo. Obrigada pela entrevista.

[Corta e o “jornal” passa a falar da suspensão de uma partida de futebol.


Pródromos


Os meios de comunicação ocidentais, em mãos privadas, costumam silenciar sobre muitos temas e muitas notícias quando estas não os convêm. O Brasil não é a exceção, inclusive aqui, essa classe de meios - que falam em português, mas pensam em inglês - receberam o ilustrativo nome de Partido da Imprensa Golpista, e como pensam em inglês, mais calhado que o próprio nome é sua sigla: PIG.

Quando o tema é Cuba o silencio obrigatório é intercalado com ataques e notícias tendenciosas, distorcidas, carregadas de antipatia e rancor, falseando e distorcendo a imagem do país.

Tudo em uma desesperada tentativa de evitar o “perigo” que representa o exemplo cubano e abafar realidades inegáveis. Dentre muitas delas, os avanços da ilha na área da medicina, biotecnologia, em seu sistema de saúde, e no seu modelo econômico e social que permitiram esses avanços e muitos outros mais.

Os indicadores sociais cubanos são plausíveis nos mais diversos campos. Na educação, por exemplo, foi o primeiro país do continente a erradicar o analfabetismo, e isso há mais de 40 anos e, 90% deles têm o ensino médio completo. Qualquer cubano pode cursar desde uma creche até graduar-se em uma universidade sem por isso ter que desembolsar nenhum centavo por inscrição, mensalidade, uniforme, material escolar ou refeitório. Tem, segundo a Organização das Nações Unidas, os melhores estudantes de nível primário e secundário em idiomas e, em matemáticas com notas muito superiores aos países do chamado primeiro mundo.

Todas as pessoas com problemas psíquicos ou físicos também têm asseguradas educação em escolas especializadas.

Outros números, em múltiplas áreas, também impressionam: 88% dos cubanos não pagam aluguel, são donos de suas casa. É o país de terceiro mundo que mais consome calorias diárias por habitantes (¹), a passagem do seu recém reestruturado transporte público é das mais baratas do planeta, centenas de medalhas de ouro, prata e bronze colocam Cuba entre as potências mundiais do esporte, diversos avanços nas áreas da cultura, ciência, arte, economia, literatura e entre tantos outros, os da área da saúde, os que mais nos interessam por agora. Saúde que como a educação e outras garantias na ilha são mundialmente reconhecidas e enaltecidas pela sua qualidade, seu acesso universal e sua gratuidade, desde uma simples placa de raios-X, uma tomografia, uma ressonância magnética, um exame de sangue, consultas com especialistas de qualquer área da medicina, ingresso em qualquer hospital, até mesmo um transplante de coração, rins ou fígado, são garantias irrevocáveis alcançadas pelos cubanos.

A constância da Revolução, suas lutas, suas idéias, suas prioridades, seus sentimentos e comprometimento, sua responsabilidade, sua fidelidade aos despossuídos fizeram de Cuba um país diferente.

Tão diferente que talvez seja o único país do mundo que possa vangloriar-se de que das mais de 200 milhões de crianças que diariamente dormem nas ruas pelo mundo nenhuma delas seja cubana; Impressiona a qualquer um saber, por exemplo, que em 1959 quando advém o triunfo revolucionário uma das primeiras medidas tomadas foi a redução dos preços de todos os medicamentos pela metade do que se cobrava, e hoje mais de meio século depois os valores se mantém inalteráveis.

Porém as façanhas alcançadas por Cuba e invejáveis por qualquer pessoa no mundo, com exceção dos antropófobos de plantão, não foram impetradas em lágrimas, mas sim conquistadas lutando com muito sacrifício. O país não deixou de ser agredido em nenhum momento desde que optou pelo processo de mudança social, e somado ao bloqueio econômico teve que suportar as mais irracionais hostilidades por parte do imperialismo norte americano, desde invasões mercenárias ao seu território, planos de sabotagem, guerra biológica, política e econômica; roubo de cérebros, etc.

Um dos atos mais covardes promovido pelo império do norte ocorreu justamente nos primeiros meses do governo revolucionário. Cuba, que então, contava com apenas seis mil médicos, sofreu um duro golpe: da noite para o dia viu a metade deles partirem em direção aos Estados Unidos, seduzidos por montes de dinheiro, facilidades e de promessas.

Em 1959, com o triunfo revolucionário a Universidade de Havana pôde reabrir suas portas (haviam sido fechadas pelo ditador Batista em 1956), reabriu também a sua faculdade de medicina, que era por aquela época a única do país, e dos 161 professores de medicina somente 23 voltaram a ensinar. (²)

Com isso podemos ter uma idéia das dificuldades que o país enfrentou para reconstituir-se.

Porém, frente a todas as agressões, campanhas de ódio e de mentiras perpetradas contra a ilha uma maneira de viver e de pensar diametralmente oposta foi sendo forjada. Um dos princípios ético-vocacionais que se consolidaram com a revolução cubana foi o internacionalismo, façanha tão grande, a nosso ver, quanto seus próprios índices sociais.

Mais de meio milhão de cubanos já participaram em algum tipo de ajuda internacionalista, como alfabetizadores, treinadores, professores, laboratoristas, trabalhadores sociais, técnicos, dentistas, enfermeiros, médicos e inclusive como combatentes na luta contra a apartheid.

A ajuda internacionalista na área da saúde surge logo nos primeiros momentos da revolução cubana e, em meio às dificuldades e ao abandono generalizado no começo da gesta revolucionaria que havia deixado um impressionante déficit de médicos, ainda assim o país destacou uma brigada de saúde que rumou ao Chile para atender a vítimas de um forte terremoto que sacudiu aquele país e, dois anos mais tarde, sem ainda sequer haver formado a primeira turma de graduados pós-triunfo revolucionário, partia em direção à Argélia no continente africano, outra brigada de médicos cubanos que durante quatorze meses prestaria serviços para aquele sofrido povo que acabava de liberar-se do neo-colonialismo Francês;

Desde então, Cuba, investindo cuidadosamente na saúde recuperou-se do revés e transformou-se no país com maior número de médicos por habitantes do mundo, quase o dobro dos países que o seguem na lista, além disso, o internacionalismo, princípio que se consolidou com a revolução e se fortaleceu com o tempo, impressiona pelo magno numero de cubanos mobilizados, assim como pela enorme quantidade de países que se beneficiaram, e se beneficiam, dessa desinteressada ajuda, são mais de cem nações ao redor do planeta, sobretudo países pobres, e sempre nos mais recônditos lugares, em comunidades apartadas onde muitas vezes foram inclusive os primeiros médicos que ditas comunidades viram.

Hoje em dia é possível encontrar médicos cubanos realizando serviços de saúde em qualquer um dos continentes do planeta terra, e o número de pacientes atendidos ao redor do mundo já ultrapassa os 170 milhões, só nos últimos dez anos mais de dois milhões de vidas foram salvas principalmente, na América Latina, África e Ásia (³). e por mais que os meios de comunicações privados tratem de esconder, os médicos cubanos também estão aqui, no nosso Brasil, trabalhando no interior do Amazonas, arriscando suas vidas, combatendo a malária e outras séries de doenças transmissíveis nas comunidades mais afastadas onde pouquíssimos são os médicos brasileiros que se atrevem a chegar.

Quando ocorrem catástrofes naturais em algum país os médicos cubanos partem em silêncio para ajudar a salvar centenas de milhares de vidas. Quando o Tsunami praticamente destruiu a Indonésia e o Sri Lanka deixando números incalculáveis de vítimas fatais, lá estavam eles há milhares de quilômetros, longe de suas casas e famílias, trabalhando exemplar e incansavelmente.

Frente a terremotos, furacões, chuvas intensas, vulcões, epidemias ou tsunamis em qualquer longínquo rincão do mundo é possível encontrar as brigadas de médicos cubanos.

E também é necessário dizer: com o custo do transporte e da manutenção dos médicos, medicinas e instrumentos que se utilizam todos bancados por Cuba durante sua estadia.

Hoje, quase cinco décadas depois do roubo de cérebros promovido pelos EUA, o número de três mil médicos que havia sobrado passa a ser um gracejo frente a enorme capacidade recuperativa da revolução cubana de formar novos médicos e nesse curto período de tempo graduaram mais de 83 mil novos.

Se Cuba pode brindar auxílio médico como nenhum outro país é por que a revolução abriu as portas para a saúde, porém, mais ainda, por que transformou e desenvolveu uma consciência e uma vocação humana sem precedentes, baseados nos valores mais puros e desinteressados e que são cada vez maiores e mais audaciosos.

E cada vez maiores e mais audaciosos são também os projetos internacionalistas e, paradoxalmente mais ignorados pelos grandes donos dos meios de comunicação, atualmente Cuba e Venezuela desenvolvem conjuntamente um projeto chamado “Missão Milagre” (4) que tem como objetivo atender e operar gratuitamente mais de seis milhões de latino-americanos que haviam perdido ou progressivamente perdiam a visão vítimas de cataratas. Em uma das variantes desse programa, os dois países bancam passagem de ida até Havana, exames médicos necessários, cirurgia, hospedagem, alimentação e gastos durante a estadia, assim como a passagem de volta até o país de origem, tudo junto com um acompanhante escolhido pelo paciente.
Esse comprometimento com a saúde do seu povo se transformou no comprometimento com a saúde de todos os povos do mundo pelo fato de a que a revolução colocou na prática a idéia de Martí que afirma: “pátria é humanidade”, e que é a melhor definição possível para o internacionalismo, o interesse em ajudar sem nada em troca, o comprometimento com os pobres e preteridos do mundo, princípios da revolução cubana que hoje são fatos silenciados pela maioria dos meios de comunicações privados, mas, ao mesmo tempo, uma das provas mais cabais de que um mundo melhor, mais justo e mais humano é possível.

Marcus Dutra Zuanazzi, médico formado na Escola Latino Americana de Medicina.

(¹) http://www.ibge.gov.br/paisesat/

(²) http://monthlyreview.org/090112brouwer.php

(³) http://www.granma.cu/portugues/2008/noviembre/mar4/saude.html

(4) http://www.kaosenlared.net/noticia/operacion-milagro-solidaridad-censurada